NOS BARES DE AMANHÃ
Por Carlos AMTavares
"Quem nos garante que não somos uma inteligência artificial!?"
- Delaney Duvall
Atendimento Impecável
O bar era novo, futurista, cheio de luzes suaves e telas por toda parte. No comando do balcão, um robô impecável, inox polido e modos britânicos. O cliente pediu uma bebida — mas o que veio depois, mais do que um drinque, foi uma conversa calibrada por algoritmos.
– Qual o seu QI, senhor? – Pergunta o robô.
O homem responde:
– 155.
Então o sofisticado barman serve um cocktail perfeito e inicia uma conversa sobre inteligência artificial, aquecimento global, física quântica, interdependência ambiental, teoria das cordas, nanotecnologia, geopolítica e tome papo cabeça.
O Experimento Continua
O cara ficou impactado e resolveu conferir. Saiu, deu uma volta e retornou ao balcão.
Novamente o robô pergunta:
– Qual o seu QI, senhor?
O homem responde:
– Deve ser uns 100.
Imediatamente o robô lhe serve um uisquinho com gelo e começa a falar, agora sobre futebol, smartphones, supermodelos, aplicativos de relacionamento, churrasco e assuntos semelhantes.
O Teste Final
O sujeito ficou abismado. Sai do bar, para, pensa e aí resolve voltar para fazer mais um teste.
Novamente o robô lhe pergunta:
– Qual o seu QI, senhor?
O homem disfarça e responde:
– Ãhn, uns 20, eu acho!
O robô congela por um segundo. Pisca. Serve uma pinga, toma uma dose ele mesmo, se apoia no balcão, baixa o tom de voz e pergunta devagarzinho:
– E aí mano, vamo ao seminário dos terraplanistas no sábado?